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Movimento sindical repudia acidentes de trabalho e pede publicamente a saída do gerente do MTE

Movimento sindical repudia acidentes de trabalho

e pede publicamente a saída do gerente do MTE

 

Para marcar o “Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho”, comemorado neste dia 28 de abril, nesta manhã de sexta-feira, 26 de abril, dirigentes sindicais ligados ao Conespi (Conselho das Entidades Sindicais de Piracicaba) promoveram manifestação pública, seguida de passeata, repudiando os acidentes e doenças do trabalho e pedindo, publicamente, a saída do gerente do Ministério do Trabalho e Emprego, Antenor Varolla. A manifestação foi iniciada com um ato público em frente à Gerência do Ministério do Trabalho, localizada na rua Boa Morte, 1791, onde os sindicalistas gritaram em coro “o Ministério do Trabalho é do trabalhador, fora Antenor”, numa referência ao gerente Antenor Varolla. Durante toda manifestação, as janelas e, posteriormente, a porta de acesso ao posto da Gerência do Trabalho permaneceram fechados.

De acordo com o vereador José Antonio Fernandes Paiva, que também é presidente do Sindicato dos Bancários de Piracicaba, o pedido não é “pessoal”, mas sim porque o gerente não tem tido liderança suficiente para comandar o Ministério do Trabalho, que tem atacado os sindicatos de trabalhadores, ao invés de “defender os trabalhadores” para o qual foi criado. Varolla, numa atitude comparada “à ditadura militar”, conforme Paiva, interrompeu o funcionamento do Conselho Sindical, órgão formado por dirigentes sindicais de Piracicaba e região para auxiliar o próprio Ministério do Trabalho. Dirigentes sindicais também se revezaram ao microfone de pelo menos três carros de som para repudiar a forma como o Ministério do Trabalho tem agindo em Piracicaba e região, alegando que ao invés de fiscalizar as empresas e o ambiente de trabalho para garantir o direito dos trabalhadores, o Ministério tem “atacado os sindicatos”, questionando as contribuições, que são fundamentais para garantir a estrutura dos sindicatos. “Se não for mudada esta postura, vamos trazer os trabalhadores para a porta do Ministério e mostrar que eles não são contra contribuir para que o sindicato seja forte para defender seus direitos. O trabalhador sabe que é o sindicato que tem garantido melhores salários e condições de trabalho”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Piracicaba, Milton Costa.

Ainda em frente ao prédio da Gerência do Trabalho, o presidente do Conespi, Fânio Luis Gomes, leu carta entregue ao ministro do Trabalho, Manoel Dias, nesta última quarta-feira, em Brasília, pedindo sua vinda à cidade para se reunir com o movimento sindical regional e debater os problemas enfrentados pelos trabalhadores. Conforme Fânio, o ministro comprometeu-se, de imediato, a solicitar a abertura de concurso público para ampliar o número de funcionários no Ministério.

Em seguida, os manifestantes, carregando faixas e cartazes, pedindo a saída da gerência e mais saúde e segurança nos locais de trabalho, percorreram a rua Governador Pedro de Toledo, até atingir a rua São José e, posteriormente, a Praça José Bonifácio, onde foi encerrado com um novo ato. Durante todo percurso, foram repudiados os acidentes e doenças do trabalho, com Piracicaba registrando uma média de 30 acidentes de trabalho por dia. Os diretor do Conespi e presidente do Sindicato dos Papeleiros Francisco Pinto Filho, o Chico, ressaltou que “é inadmissível que o trabalhador saia para trabalhador e sofra um acidente de trabalho ou se adoeça”. A redução da jornada de trabalho, de acordo com as lideranças sindicais, para 40 horas semanais, sem redução nos salários, com certeza, é um instrumento que pode contribuir para a redução dos acidentes, uma vez que o trabalhador mais cansado fica mais exposto aos riscos. Os discursos arrancaram elogios de trabalhadores comerciários que saíram às portas dos estabelecimentos para acompanhar a manifestação.

 

Vanderlei Zampaulo – MTb-20.124

30/04/2013
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