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Em passeata, sindicatos repudiam acidentes de
trabalho e pedem mais ação do poder público
Sindicatos filiados ao Conespi (Conselho das Entidades Sindicais de Piracicaba) repudiaram, nesta manhã de sexta-feira, 27 de abril, os acidentes de trabalho que já mataram quatro trabalhadores só neste ano na cidade. O repúdio foi feito em passeata que partiu do largo do Mercado Municipal, percorreu a rua Governador Pedro de Toledo até atingir a rua São José, seguindo pela Praça José Bonifácio, onde foi realizado ato público, que marcou o “Dia Internacional em Memória dos Trabalhadores Vítimas de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais”, comemorado no dia 28 de abril. No local também foram montadas barracas de corte de cabelo e de orientação jurídica à população.
Os sindicalistas carregaram um caixão, faixas, cartazes condenando os acidentes de trabalho e se revezaram no microfone, para cobrar maior ação do Poder Público e conscientização do empresariado, para que não coloque em risco a vida de seus funcionários. O presidente do Conespi, Fânio Luis Gomes, disse que o trabalhador deve denunciar aos sindicatos toda situação que coloque sua vida em risco, enquanto que Milton Costa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário, advertiu que mesmo quando o trabalho é terceirizado o responsável pela contratação responde solidariamente no caso de problemas.
Dados do Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) revelam que no ano passado foram registrados 10.149 acidentes de trabalho, com 13 vitimas fatais, sendo oito típicas e cinco no trajeto ao trabalho na cidade, enquanto que em 1010 os acidentes totalizaram 9.825, sendo 15 fatais, destes seis típicos. Neste ano, até o final de março, o Cerest computou 2.722 acidentes, sendo quatro fatais. O trabalho do Cerest foi amplamente elogiado pelos sindicalistas, como Roberto Previde (Comerciários), Milton Costa (Construção Civil), Francisco Pinto Filho (Papeleiros) José Luiz Ribeiro (Metalúrgicos) e José Paiva (Bancários), assim como pelo presidente do Conespi, que lembraram do trabalho feito pelo Conespi para fortalecimento do órgão que tem sido parceiro no trabalho de combate às situações que colocam em risco a vida do trabalhador.
O presidente do Sindicato dos Papeleiros, depois de lembrar que, entre 2005 e 2010, o Brasil registrou 3,8 milhões de acidentes de trabalho, com 16.500 mortes e 74.700 incapacitados, chamou a atenção para a situação precária que funciona a Gerência do Trabalho na cidade, que padece da falta de funcionários. “Se continuar assim, o Ministério do Trabalho vai fechar na cidade”, disse.
A manifestação organizada pelo Conespi, que acontece anualmente sempre nesta mesma época, como destaca Fânio, é para repudiar toda situação que expõem trabalhadores em riscos de acidentes e para lembrar das vítimas. “Queremos chamar a atenção da população e conscientizar dos riscos de acidentes, uma vez que quando ocorrem o trabalhador perde a vida ou acabam com seqüelas que irão carregar pelo resto de suas vidas”, destacou Fânio, o que foi reforçado por outros sindicalistas, como Milton Cosa, que lembrou de situações já registradas na cidade e que tem sido combatida pelos sindicatos.
Morte de trabalhadores deu origem à data -- Em 28 de abril de 1969, a explosão de uma mina nos Estados Unidos matou 78 trabalhadores. A tragédia marcou a data como o “Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes do Trabalho”. Encampando essa luta, mas com foco na prevenção, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) instituiu em 2003 o 28 de abril como o Dia Internacional em Memória dos Trabalhadores Vítimas de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais.
Vanderlei Zampaulo – MTb-20.124