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Em Brasília, papeleiros defendem fim da terceirização redução da jornada, e empresários querem menos

Em Brasília, papeleiros defendem fim da terceirização redução da jornada, e empresários querem menos impostos
 
 
Desenvolvimento sustentável, fim da terceirização na cadeia produtiva e jornada de trabalho de 40 horas semanais foram alguns pontos debatidos pelo setor papeleiro, nesta terça-feira, dia 5 de agosto, em Brasília, em audiência pública na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Papel, Papelão e Cortiça de Piracicaba (Sintipel), Francisco Pinto Filho, o Chico, que participou do evento, este debate resultou na construção de um acordo para a criação de um fórum nacional de discussão permanente, que, entre outras propostas, discutiria o texto de um projeto de lei que institui o Dia Nacional do Papeleiro.
Esta audiência reuniu sindicalistas e representantes das indústrias papeleiras, para discutir o futuro do setor para os próximos anos, propondo desde melhorias trabalhistas até incentivos fiscais para a indústria. De acordo com Chico, a prioridade do setor é unificar as 40 horas semanais em todo setor, uma vez que essa jornada só é praticada no setor de papel. Nós queremos também priorizar o setor de papel celulose, para acabar com a terceirização. O seguimento não precisa terceirizar, uma vez que isso representa precarizar. Entendemos que não há lugar para escravizar o trabalhador e a terceirização tem sido um mecanismo para que isso ocorra.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Papeis (SIP), Jeronimo José Garcia, deu exemplo de algumas dificuldades que devem ser enfrentadas, entre elas a alta carga tributária que incide sobre o setor. "A carga tributária prejudica as empresas diretamente. Um dos problemas que nós temos é a desoneração de folha, que não é uma medida permanente, é provisória. E isso, é óbvio, de alguma maneira acaba refletido no custo da mão de obra", afirmou.
O presidente da Federação dos Trabalhadores da Indústria do Papel, Papelão e Cortiça do Estado de São Paulo, Ozano Pereira da Silva, disse que a categoria é contra a terceirização do trabalho. Segundo ele, a redução da jornada de trabalho é a principal bandeira do setor.
 
Mediação -- O deputado Vicentinho (PT-SP), que solicitou a realização da audiência pública, disse que incentivará outros debates entre indústria e trabalhadores e será um mediador entre o setor papeleiro e o governo federal. “Acho que com uma boa discussão é possível sensibilizarmos o nosso governo", destacou.
Vicentinho disse ainda que irá protocolar um projeto de lei que incentiva a indústria papeleira do País. Pela proposta, todos os livros utilizados pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNDL), do Ministério da Educação, deverão ser produzidos pela indústria nacional.
 
 
Vanderlei Zampaulo – MTb-20.124
 

06/08/2014
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