Conespi e Emdhap vão buscar mecanismos para obrigar empresas ‘forasteiras’ contratarem piracicabanos
Conespi e Emdhap vão buscar mecanismos para obrigar empresas ‘forasteiras’ a contratarem trabalhadores de Piracicaba
Preocupado em garantir a geração de emprego aos trabalhadores da cidade, o Conespi (Conselho das Entidades Sindicais de Piracicaba) vai colher subsídios para obrigar empresas de outros municípios que vem para atuar na construção de moradias populares a contratarem boa parte da mão de obra de Piracicaba. A ideia foi discutida nesta manhã de terça-feira, 14 de fevereiro, em encontro que o Conespi teve com o presidente da Emdhap, João Manoel dos Santos, na sede da empresa, como forma de garantir que estas empresas ‘forasteiras’ tenham um maior compromisso social com o município.
A ideia, conforme o presidente do Conespi, Francisco Pinto Filho, o Chico, é de obrigar através lei a contratação de mão-de-obra local. “Temos que garantir que os trabalhadores piracicabanos tenham preferência na execução de obras locais, gerando emprego e renda para a nossa população”, destaca. Serão buscados subsídios em outros municípios que já tem lei específica sobre o assunto e a proposta é de determinar que pelo menos 80% da mão-de-obra seja piracicabana.
De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Piracicaba, Edson Batista dos Santos, atualmente, as empresas que constroem moradias populares no município, através de parceria com a Caixa Econômica Federal e a Emdhap, “acabam trazendo mais de 70% da mão-de-obra de outros municípios”, não gerando emprego em Piracicaba e ainda muitas vezes contribui para provocar maior problema social no município.
Durante a reunião, o presidente da Emdhap falou da sua nova experiência, depois de ser vereador por 28 anos consecutivos, e garantiu que estará sempre de portas abertas para dialogar e fazer parcerias com o movimento sindical local, através do Conespi.
Ele contou que recebeu convite do prefeito Barjas Negri para presidir a Emdhap com a missão de desenvolver um projeto social da empresa, principalmente na urbanização de favelas. João Manoel disse que a ideia é de utilizar a experiência que acumulou como vereador para garantir que o cidadão que hoje reside em favelas, de acordo com as possibilidades, continue residindo no mesmo local, onde já está habituado.
No encontro, o presidente da Emdhap também esclareceu que não é a empresa que faz a seleção final das famílias a serem beneficiadas pelas casas populares construídas através do programa “Minha Casa, Minha Vida”, do governo federal, mas, sim, a Caixa Econômica Federal. “Nós fazemos uma pré-seleção das famílias que são encaminhadas à Caixa que tem seus critérios, utilizados em nível nacional, para definir quem se encaixa para ser contemplada com uma moradia”, completou, ao explicar os motivos pelo quais a Emdhap fez recentemente nova convocação de famílias para participar da seleção das casas que estão sendo construídas no município pelo governo federal em parceria com a empresa.
Vanderlei Zampaulo – MTb-20.124